CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
8a. Assembléia e Cinqüentenário

PRESS RELEASE
Comunicado de Imprensa No. 5
5 de dezembro de 1998

Oficina de Comunicação do Conselho Mundial de Igrejas
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DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS É PAUTA PERMANENTE DA IGREJA

A questão dos direitos humanos é um tema permanente na pauta do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), porque é inerente à vocação da própria Igreja, garantiu o moderador desse organismo ecumênico internacional, sua santidade Aram I, patriarca da Igreja Ortodoxa Armênia, do Líbano. Por uma coincidência que certamente não foi planejada, o CMI e a declaração dos direitos humanos chegam ao cinqüentenário este ano. Aram I entende que a Igreja cristã deve, em colaboração com outras religiões, assentar as bases de uma nova ética mundial, baseada em valores que transcendam as crenças religiosas e os interesses nacionais.

Mesmo depois de 50 anos de vigência, "ainda se escutam gritos das vítimas de violações dos direitos humanos. O final da guerra fria colocou um ponto final no enfrentamento bipolar, mas não se traduziu no começo de uma de uma nova ordem mundial baseada na paz e na justiça", avaliou o líder ortodoxo. "Construir a paz com justiça deve converter-se numa estratégia mundial. Os direitos humanos constituem a base essencial de uma paz justa e permanente", destacou.

Na análise de Aram I, o processo de mundialização, a intolerância religiosa e os fundamentalismos, mais o ressurgimento do nacionalismo étnico, são três situações que desafiam o tema dos direitos humanos hoje. "Tendo em vista os atuais conflitos étnicos e a crescente violação dos direitos humanos, a prevenção e a solução pacífica dos conflitos são prioridades internacionais urgentes", apontou. Até agora, avaliou, as igrejas têm reagido às violações de tais direitos ao invés de se esforçarem por sua prevenção. "A melhor maneira de prevenir as violações dos direitos humanos é educar para a responsabilidade cívica e buscar as causas de tais violações", assegurou.

O patriarca da Igreja Ortodoxa Armênia constata a ausência de mecanismo internacional que garanta e assegure os direitos humanos, e estabeleça procedimentos preventivos ou solucione conflitos. "Depois de anos de trabalho árduo, foi estabelecido um Tribunal Penal Internacional. Este e outros mecanismos internacionais deveriam ajudar as Nações Unidas a tornar efetivos os direitos humanos", defendeu.

Quanto ao papel das igrejas, "estamos preocupados com a economia (palavra que tem sua raiz no grego oikos = casa, família), a gestão de nossa casa comum. Somos chamados a desenvolver uma ética comum básica que possa levar as sociedades da mera existência a uma convivência significativa, da confrontação à reconciliação, da degeneração dos valores morais à restauração da qualidade de vida", afirmou.

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O Conselho Mundial de Igrejas é uma fraternidade de igrejas que reúne 332 denominações, de diferentes tradições cristãs, em mais de 100 países, nos cinco continentes. A Igreja Católica Romana não é membro do CMI, mas trabalha de modo cooperado com o Conselho. Seu órgão decisório máximo é a Assembléia, que se reúne a cada sete anos. O CMI foi fundado, formalmente, em 1948, em Amsterdã. Seu staff é liderado pelo secretário-geral, pastor Konrad Raiser, da Igreja Evangélica da Alemanha.


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